O índice FipeZap que apura o preço dos imóveis residenciais apresentou a primeira queda nominal (sem considerar a inflação) em 10 anos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4). O índice que considera os imóveis residenciais anunciados em 20 cidades brasileiras fechou 2017 com queda de 0,53%.

Mas, o que podemos esperar daqui para frente para o preço dos imóveis?

Um grande mito envolvendo os imóveis diz respeito a acreditar que os preços são estáveis ao longo do tempo, quando na verdade são cíclicos, isto é, alternam ciclos de alta e de baixa. Não importa o país, cidade ou bairro, uma análise mais apurada sempre revelará o ciclo dos imóveis.

Avaliando os piores ciclos de queda desde 1980 através dos dados históricos do FipeZap, já descontado a inflação. O ciclo atua que começou em 2014, é o quarto pior [do período analisado], com queda acumulada até o final de 2017 de 17%, mas este ciclo ao contrário do que se pode imaginar foi bem mais ameno do que os demais. O pior de todos os ciclos foi no final da década de 1980, quando os preços chegaram a cair 79%. No início daquela mesma década, o segundo pior ciclo registrou queda de 37%. O terceiro pior ciclo foi de 2000 a 2004, com queda de 32%.

Os ciclos de queda duram mais ou menos de quatro anos e meio a cinco anos e na média os preços caem de 20% a 30%, portanto o atual por este critério já está se aproximando do fim, o que deve ocorrer a partir do segundo semestre deste ano, quando devemos finalmente sair da etapa da recessão e entrar na recuperação.

Ciclos de Queda Imóveis 2018 O que esperar dos imóveis em 2018O ciclo dos imóveis pode ser resumido em 4 etapas: Recuperação, Expansão, Excesso de oferta e Recessão.

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Recuperação:

Etapa que se inicia logo após o fim de um ciclo de baixa e inaugura o novo ciclo de alta.

Há uma retomada da atividade econômica, e por consequência do setor de construção, e uma queda no patamar dos imóveis vagos (taxa de vacância).

Apesar da melhora, o sentimento em relação ao setor é negativo e pairam desconfianças sobre a possibilidade de o ciclo de baixa ter se encerrado.

Expansão:

Nesta etapa os astros se alinham e tudo conspira a favor da alta dos imóveis.

Aumento da renda, do emprego, incentivo ao crédito imobiliário reduzem o número de imóveis vagos e incentivam o setor de construção.

Os preços dos imóveis sobem rapidamente, e atraem atenção da mídia, que alimenta ainda mais otimismo com o setor.

Excesso de Oferta:

O preço dos imóveis começa a se estabilizar nesta etapa, ao mesmo tempo que o número de imóveis vagos aumenta e a atividade de construção desacelera.

Ao contrário do que seria racional, o sentimento otimista é ainda maior que na fase da expansão, com uma confiança que o ciclo de alta está longe do fim.

Porém é nesta etapa que se inicia o novo ciclo de baixa.

Recessão:

A realidade vem à tona, com a queda na renda, emprego, restrições ao crédito imobiliário e o excesso de oferta de imóveis no mercado.

O descompasso entre oferta e demanda por imóveis pressiona o preço dos imóveis e aumenta o pessimismo em relação ao setor.

Portanto, tanto o histórico dos últimos ciclos, quanto o momento da economia nos permitem visualizar que o atual ciclo de queda dos imóveis está próximo do fim e uma nova fase de oportunidades está por vir.